Depois do Diretor ser
preso e ter acusado Chris de tramar toda aquela história, Chris quis envolver
mais alguém para não ser culpabilizada sozinha e para isso colocou algo no
nosso pequeno-almoço o que nos levou àquela loucura, aí tivemos de fugir da
cidade, não só pela vergonha que sentíamos mas também para não sermos
apanhadas. De tão danadas que ficámos com a Chris, separámo-nos, ela foi a para
Turquia, Meg ficou com Ossilda e eu e AB fomos visitar os nossos pais. Sim, AB
perdoou todo o meu espetáculo. Mas dizendo mais uma vez que eu devia-lhe ter
dado ouvidos antes de cair numa esparrela daquelas.
Depois de umas horas
de viagem estávamos a chegar a casa dos meus pais em Sunset Ville.
Apesar
da falência do meu pai eles tentavam manter a casa, agora apenas com uma
reforma mínima deles. O jardim, a pesca e as leituras é o atual entretenimento
do meu pai. A minha mãe dedica-se às tarefas domésticas e também a escrever.
Nesse ponto acho que saí a ela, também adoro escrever.
Mal
saí do táxi consegui ver a minha mãe pela janela, estava na cozinha, deveria
estar a preparar o pequeno-almoço, ainda eram 10:00 da manhã. A saudade falou
mais alto e eu desatei a correr deixando AB para trás que hesitante acabou por
parar o seu passo esperando uma indicação minha para me seguir. Gritei:
BeAz – Vem,
corre!
Subimos
as escadas para o alpendre e lá estava o meu pai a ler o jornal como fazia
todas as manhãs, não perdera o hábito.
BeAz – Pai!?
O
meu pai dá um salto da cadeira, dá a volta à mesa e finalmente sinto um forte
abraço. Daqueles que só um pai sabe dar.
José – Saudades
filha!
BeAz – Como estás, pai?
Depois de apresentar
Aníbal como meu namorado o meu pai olhou cabisbaixo e ficou uns segundos sem
dizer nada.
Aníbal para quebrar o
silêncio elogia o jardim dizendo que ele está muito bonito mas o meu pai olha
para ele com uma cara muito séria pois bastava olhar o jardim para ver que ele
precisava de manutenção.
Passei
por trás do Aníbal na espectativa que eles se entendessem.
BeAz – Vou
cumprimentar a mãe!
Entrei
na cozinha:
BeAz – Mãe!
Hum!!! Cheira bem, como sempre!
A
minha mãe acabou de tirar as Waffles do forno, poisou em cima da mesa e
abraçou-me apertadamente.
Aurora – Filha
que saudades!
BeAz – Que saudades mãe!
De
seguida apresentei também o Aníbal à minha mãe.
Estávamos
esfomeados, não tínhamos comido nada dodrante a viagem, só tivemos tempo de
pegar algumas roupas e zarpar.
A
minha mãe serviu as Waffles no alpendre, em Sunset era Verão e o clima estava a
30º C. Mas antes de começarmos a comer tínhamos que esperar que o meu pai começasse,
pois era ele o chefe da casa e eu fui educada dessa forma. Então enquanto isso
a minha mãe quis saber porque estávamos ali em tempo de aulas.
O
meu pai olha para a minha mãe e diz:
José – Então
tu não sabes? Não lês as notícias?
Aurora – Não
tive oportunidade, a Bé sempre me liga e me pareceu sempre tudo bem.
José – Não basta a creditar
o que se diz é preciso verificar, sabes como são estes jovens, não pensam.
A
minha mãe olha-me com um olhar mais sério:
Aurora – Alguma
coisa que eu não sei que deveria saber?
BeAz – Não mãe! O pai é que
é um exagerado. Apenas aquele incendio no laboratório da universidade que eu
lhe falei.
AB
ajudou também:
AB – Sabe como são estes
jornais, falam mais que a realidade.
BeAz – Mas não há problema
mãe, A Universidade não vai abrir mais mas já nos transferiram para outra, esta
mais evoluída, os dormitórios já estão incluídos nas propinas, não temos de
pagar mais nada.
AB – É isso! E como a
Universidade está em manifestação por causa do valor alto das propinas nós
aproveitámos para visitar os nossos familiares.
José – Ai sim? Então porque
não foi visitar os seus?
AB – Sim, vamos mais
tarde, não quis que a Bé viesse de viagem sozinha.
O meu pai chegou a
cadeira à frente e começou a comer desejando bom apetite a todos. Nós repetimos
“Bom Apetite” e enfiamos o nariz no prato sem dizer mais uma palavra até ao fim
da refeição.
Acabámos
de comer e o meu pai levantou-se. De imediato AB também se levantou, pegou no
seu prato, deu a volta por trás do meu pai dirigindo-se ao prato dele:
AB – Deixe estar, senhor
José, eu levanto os pratos!
Seguiu a levantar o
da minha mãe e finalmente o meu. Fiquei a olhar para ele pois na república
sempre era uma luta danada para quem ia lavar os pratos. Estive quase para lhe
mandar uma boca dizendo que ele estava muito prestável mas tive receio que o
clima entre ele e o meu pai piorasse e então mantive-me calada.
AB
seguiu para a cozinha para pôr os pratos na máquina e o meu pai seguiu para o
jardim. A minha mãe aproveitou a oportunidade:
Aurora – Filha,
ouve com atenção! Tens a certeza que é aquilo que tu queres?
Não
entendi.
BeAz – Aquilo
o quê mãe?
Aurora – Não
achas que é cedo para te prenderes assim a um homem? Tu que querias tirar
primeiro um curso, tu que dizias para eu ficar descansada que não ias namorar
com ninguém, tu que sempre pareceste ter a cabeça no seu lugar, tu…
Interrompi:
BeAz – Mãe!
Calma! Não comeces a fazer filmes! Eu comecei a namorar há pouco tempo.
Simpatizamos um com o outro, sentimos uma atração mas ainda nada passou apenas
de uns beijos, ok? AB também tem a cabeça no sítio por isso, fica descansada
que nada vai acontecer, ok?
Aurora –
Prometes, filha? Olha que hoje em dia um curso é muito importante.
BeAz – Siiim mãe! Eu sei!
Eu e
minha mãe seguimos para a cozinha enquanto AB se cruzou connosco e foi ter com
o meu pai ao jardim:
AB – Precisa de ajuda,
senhor José?
José – E por acaso você
percebe de jardinagem?
AB
encheu a paciência:
AB – Não mas ainda sei
pegar num regador e regar as plantas!
José – Olha para ti! Nem
postura tens! És um roto que andas aí! Não foi para isso que criei a minha
filha, para andar bem vestida ao ado de um tipo que parece um pedinte de
camisola rasgada.
AB – Posso até não ter
muito dinheiro mas tenho bom coração.
AB
virou as costas e foi procurar BaAz.
Entrou
pela cozinha e deparou com a minha mãe:
AB – Dona Aurora, viu a
Bé?
Aurora – Ela
foi arrumar as coisas no quarto, não tarda aí. Estou a servir café, tomas?
AB – Sim, posso tomar,
obrigada.
Depois
da resposta da Aurora AB viu-se sem coragem de procurar o bendito quarto, então
sentou-se numa das cadeiras da cozinha e esperou o café ser servido.
Aurora
pegou numa caneca e saiu para o alpendre:
Aurora – pegue
uma caneca e vamos cá para fora, está mais fresco por causa do abanar das
árvores.
AB
levantou-se e entretanto BeAz chegou.
AB – Precisamos falar!
A
minha mãe ao ouvir as nossas vozes repetiu.
Aurora – venham
cá para fora beber o café, está se bem aqui.
Eu
peguei numa caneca e saí da cozinha.
BeAz – Já
estou aqui!
AB
chega e senta-se ao lado da minha mãe. E a minha mãe começa com aqueles sermões
que nós adolescentes não gostamos nada de ouvir:
Aurora – Vocês
não acham que ainda são muito novos para namorar? Avida é muito longa e você
apenas estão no início. Mais raparigas e rapazes irão passar pelas vossas
vidas. A vossa atenção prioritária agora é os estudos, é nisso que se têm de
concentrar. Têm tempo para essas coisas.
AB
mantinha-se calado a beber o seu café.
BeAz – Mãe!
Podes parar? Nós somos pessoas conscientes. Sabemos bem o que queremos por isso
não é por causa de namorarmos que vamos deixar de estudar. O tempo é dividido,
como toda a gente o divide, há tempo para tudo. E além disso o amor não escolhe
idades, você sabe disso.
Aurora –
Mas…
BeAz – Não há mas nem meio
mas, vamos acabar com esta conversa, não foi para isso que cá vim foi por estar
com saudades vossas.
Começou
a chuviscar e o meu pai passou a correr para dentro da cozinha dirigindo a
palavra à minha mãe.
José – Vem
cá, preciso falar contigo.
Levantámo-nos
quase todos ao mesmo tempo. A minha mãe seguiu o meu pai para a cozinha e eu
segui para o meu quarto.
BeAz – Anda
amor, vou te mostrar o meu quarto
Na
cozinha o meu pai pega numa caneca de café.
Aurora – O
que se passa?
José – O que se passa? Já
viste a apresentação daquele rapaz? Foi para isso que criamos a nossa filha?
José
e aurora sentaram-se.
Aurora – Tem
calma! Sei que ele não parece ser o ideal para a nossa filha mas você a
conhece, sabe que ela é exigente naquilo que quer, por isso temos de dar um
voto de confiança.
José – Mas que voto que
carapuça, basta olhar para aquele badameco sem sequer tem gosto para se vestir.
Depois
de mostrar o quarto a AB
AB – Bé, não me estou a
sentir muito bem aqui, seus pais não gostaram de mim, seu pai até implicou
comigo lá no jardim.
BeAz – Mô, não ligues a
isso, é só até eles se habituarem.
Aníbal
sentou-se na cama aborrecido.
AB – Se fosses recebida
assim pelos meus pais, gostavas? Sentias-te bem?
Sentei-me
ao colo dele e acariciei-o.
BeAz – Mô!
Sabes bem que te amo, não sabes? Além disso estamos a qui de passagem por isso
só te peço um pouco de paciência.
Beijámo-nos.
Na
cozinha
José – Só
te aviso de uma coisa. Se ela aparecer grávida não verá nem um tostão para
sustentar esse filho, terá de se virar. E também não haverá lugar aqui para
esse filho resultado de uma ligação inconsciente.
Aurora –
Credo José, que horror, que coisas disparatadas são essas que está para aí a
dizer?
José – Só estou a avisar e
o melhor é ires ver o que eles estão a fazer.
Aurora
vai ao quarto da BeAz bate duas vezes na porta e entra sem obter resposta.
BeAz – Algum
problema mamã?
Aurora –
Não! Só queria saber se vocês almoçam cá.
BeAz – Não mã!
Vou ao centro com AB e devo demorar. Mais alguma coisa?
Aurora –
Não!... Não!
BeAz – Então pode sair, por
favor!
José – E então?
Aurora – E então
o quê?
José – O que
estavam a fazer?
Aurora – Estavam
no computador. Acho que está a exagerar. Tem calma contigo. Eles são jovens
deixa-os divertirem-se, além disso BeAz já não é nenhuma criança nem nunca foi
desnaturada.
Chegámos
ao parque:
BeAz – Abzito,
está a decorrer a festa de verão, vamos nos divertir!
Pintámos
a cara, comemos gelado, tiramos fotos, experimentámos o solário (eu fiquei
preta), apanhámos joaninhas e flores, brincámos com o fogo-de-artifício, atirámos
balões de água, comemos cachorros até fartar, tirámos as roupas e dançámos no
esguicho, andámos de patins até cair e jogámos à bola. Foi um dia em cheio!
Chegámos a casa já
passava da meia noite, chovia e eu trazia comigo o guarda chuva que ganhei numa
das competições do festival de verão. As luzes da casa ainda estavam acesas. Achou
estranho os meus pais ainda não se terem deitado.
Entramos ainda a rir
e disse boa noite. AB repetiu “Boa Noite”. A minha mãe estava a ler e o meu pai
estava a ver TV.
O
meu pai apagou a TV, deu a volta à mesa e veio ter comigo.
José – Boa noite?
Assim sem mais nem menos? Achas que é boa noite, estarmos aqui à vossa espera
até esta hora da noite? Porque não vieste jantar?
BeAz – Pai, desculpa não
ter avisado que não vinha mas havia festival de verão hoje e decidimos ficar.
José – E não havia um
telemóvel para ligar? Além disso não quero você na rua até tarde da noite sabe-se
lá com quem.
Aurora –
Calma José, não me lembrei, realmente havia festival hoje, eles são jovens, na
idade deles também fazíamos a mesma coisa.
José – Não assim, não desta
forma.
BeAz – Então de que forma,
pai? E além disso sabes bem com quem eu fui, com o meu namorado AB, e mais a
mais se estiver a incomodar-vos digam que vou embora amanhã mesmo, logo de
manhã cedo.
Segui
para o meu quarto e chamei AB mas o meu pai nos seguiu e a minha mãe também
veio atrás.
José – E não
penses que esse… esse… sujeitinho vai dormir no teu quarto. Na minha casa e
debaixo do meu teto não! Nunca!
AB – Não se enerve mais
não, senhô José, eu só vim pegar um cobertor, vou dormir na sala mesmo.
Eu
meti as mãos à cabeça e ia falar mas mediante a resposta de AB preferi manter
silêncio.
AB pegou um cobertor
e antes de seguir para a sala disse-me para eu não me preocupar que ficava bem.
Chegou à sala, poisou o cobertor num dos sofás, deitou-se no mais comprido e
adormeceu.
Vesti a camisa de
dormir mas não me consegui deitar, estiquei-me na cama a pensar naquilo tudo.
Conseguia ouvir os meus pais a murmurarem no quarto ao lado.
Aurora – Amor,
você tem de se acalmar, acho que está a exagerar, BeAz sempre foi uma boa filha
e nunca nos deu deceções, você sabe como ela é ponderada, não sei o que está a
temer.
José – Eu sei Aurora! Tenho
medo de perder a nossa filha, ela estava no bom caminho.
Aurora –
Estava e está. Tem de confiar nela, ela já não é uma criança.
José – Tens
razão querida! Amanhã falo com eles. Agora chega-te a mim amor, quero fazer-te
um carinho especial.
Aurora – Ah,
seu malandreco!
Ouvi
a cama dos meus pais ranger levemente. Levantei da cama e fui pé ante pé ter
com o AB à sala e falei baixinho.
BeAz – AB,
acorda! Acorda! Anda! Sai daí, vamos para o quarto.
AB
acordou.
AB – Você está doida?
BeAz – Chiiiiu! Não faças
barulho.
Quando o amor é grande
cabe em qualquer lado por isso nós coubemos na minha cama, os dois juntinhos
adormecemos.
Eita que pai bravo hein, BeAz? Ele devia levar em consideração que apesar da Camisola rasgada, AB sabe pegar em um regador!!! kkkkkk
ResponderExcluirAdorei ver vocês juntinhos!!! *__*
Beijos!
Obrigada Meg!
ExcluirSim ele também podia observar que AB era amável, mas o medo de "perder" uma filha é maior para os pais agarrados.
Beijinho!
pq os pais das moças sempre tem q odiar os namorados dela?
ResponderExcluirSuperproteção demais da parte deles.
No lugar do AB teria saido dali. Corajoso ele. Confesso que fiquei com pena dele.
Super cute o final do capitulo... *----*
http://storiesfromsally.blogspot.com.br/
É verdade Sally, também tive pena do AB, foi muito paciente.
ExcluirBeijinho!
Adorei como sempre! Adoro essas coisas de família. Pais são todos iguais, né ?
ResponderExcluirMas a Meg e a Chris não irão mais aparecer ?
Beijos!
É mesmo Lolli!
ExcluirComo eu disse no princípio do capítulo por causa daquela confusão nos separámos até à entrada na Universidade novo, depois nos reencontraremos de novo.
Beijinho!
Pôxa, esse namoro está ficando sério.
ResponderExcluirAB, vista uma camisola melhor, kkkkkkk.
Coitado do ABerrapado, todo rôto a visitar os sogrinhos.
Beijinhos ;)
ABerrapado deveria ter colocado terno e gravata para visitar os sogros, não é kabuk? kkkk
ExcluirBe, nosso amor superará tudo! ♥
ResponderExcluirGostei dos sogros! Espero que meus pais gostem muito de ti!
Beijão ;**
Lollipop, se preocupe não que em breve eu apareço pra aprontar mtoooo! Kkk
ResponderExcluirOs pais sempre reagem assim no namoro das filhas! hehehe
ResponderExcluirAwwwwwwn! *w* Que fofos vocês deitados na cama!