quinta-feira, 21 de março de 2013

Capítulo 24 – Visita aos Pais de BeAz – by BeAz


Depois do Diretor ser preso e ter acusado Chris de tramar toda aquela história, Chris quis envolver mais alguém para não ser culpabilizada sozinha e para isso colocou algo no nosso pequeno-almoço o que nos levou àquela loucura, aí tivemos de fugir da cidade, não só pela vergonha que sentíamos mas também para não sermos apanhadas. De tão danadas que ficámos com a Chris, separámo-nos, ela foi a para Turquia, Meg ficou com Ossilda e eu e AB fomos visitar os nossos pais. Sim, AB perdoou todo o meu espetáculo. Mas dizendo mais uma vez que eu devia-lhe ter dado ouvidos antes de cair numa esparrela daquelas.




Depois de umas horas de viagem estávamos a chegar a casa dos meus pais em Sunset Ville.




Apesar da falência do meu pai eles tentavam manter a casa, agora apenas com uma reforma mínima deles. O jardim, a pesca e as leituras é o atual entretenimento do meu pai. A minha mãe dedica-se às tarefas domésticas e também a escrever. Nesse ponto acho que saí a ela, também adoro escrever.
Mal saí do táxi consegui ver a minha mãe pela janela, estava na cozinha, deveria estar a preparar o pequeno-almoço, ainda eram 10:00 da manhã. A saudade falou mais alto e eu desatei a correr deixando AB para trás que hesitante acabou por parar o seu passo esperando uma indicação minha para me seguir. Gritei:

BeAz – Vem, corre!




Subimos as escadas para o alpendre e lá estava o meu pai a ler o jornal como fazia todas as manhãs, não perdera o hábito.

BeAz – Pai!?




O meu pai dá um salto da cadeira, dá a volta à mesa e finalmente sinto um forte abraço. Daqueles que só um pai sabe dar.

José – Saudades filha!
BeAz – Como estás, pai?




Depois de apresentar Aníbal como meu namorado o meu pai olhou cabisbaixo e ficou uns segundos sem dizer nada.




Aníbal para quebrar o silêncio elogia o jardim dizendo que ele está muito bonito mas o meu pai olha para ele com uma cara muito séria pois bastava olhar o jardim para ver que ele precisava de manutenção.




Passei por trás do Aníbal na espectativa que eles se entendessem.

BeAz – Vou cumprimentar a mãe!




Entrei na cozinha:

BeAz – Mãe! Hum!!! Cheira bem, como sempre!




A minha mãe acabou de tirar as Waffles do forno, poisou em cima da mesa e abraçou-me apertadamente.

Aurora – Filha que saudades!
BeAz – Que saudades mãe!

De seguida apresentei também o Aníbal à minha mãe.




Estávamos esfomeados, não tínhamos comido nada dodrante a viagem, só tivemos tempo de pegar algumas roupas e zarpar.
A minha mãe serviu as Waffles no alpendre, em Sunset era Verão e o clima estava a 30º C. Mas antes de começarmos a comer tínhamos que esperar que o meu pai começasse, pois era ele o chefe da casa e eu fui educada dessa forma. Então enquanto isso a minha mãe quis saber porque estávamos ali em tempo de aulas.




O meu pai olha para a minha mãe e diz:

José – Então tu não sabes? Não lês as notícias?
Aurora – Não tive oportunidade, a Bé sempre me liga e me pareceu sempre tudo bem.
José – Não basta a creditar o que se diz é preciso verificar, sabes como são estes jovens, não pensam.




A minha mãe olha-me com um olhar mais sério:

Aurora – Alguma coisa que eu não sei que deveria saber?
BeAz – Não mãe! O pai é que é um exagerado. Apenas aquele incendio no laboratório da universidade que eu lhe falei.

AB ajudou também:

AB – Sabe como são estes jornais, falam mais que a realidade.
BeAz – Mas não há problema mãe, A Universidade não vai abrir mais mas já nos transferiram para outra, esta mais evoluída, os dormitórios já estão incluídos nas propinas, não temos de pagar mais nada.
AB – É isso! E como a Universidade está em manifestação por causa do valor alto das propinas nós aproveitámos para visitar os nossos familiares.
José – Ai sim? Então porque não foi visitar os seus?
AB – Sim, vamos mais tarde, não quis que a Bé viesse de viagem sozinha.




O meu pai chegou a cadeira à frente e começou a comer desejando bom apetite a todos. Nós repetimos “Bom Apetite” e enfiamos o nariz no prato sem dizer mais uma palavra até ao fim da refeição.




Acabámos de comer e o meu pai levantou-se. De imediato AB também se levantou, pegou no seu prato, deu a volta por trás do meu pai dirigindo-se ao prato dele:

AB – Deixe estar, senhor José, eu levanto os pratos!




Seguiu a levantar o da minha mãe e finalmente o meu. Fiquei a olhar para ele pois na república sempre era uma luta danada para quem ia lavar os pratos. Estive quase para lhe mandar uma boca dizendo que ele estava muito prestável mas tive receio que o clima entre ele e o meu pai piorasse e então mantive-me calada.




AB seguiu para a cozinha para pôr os pratos na máquina e o meu pai seguiu para o jardim. A minha mãe aproveitou a oportunidade:

Aurora – Filha, ouve com atenção! Tens a certeza que é aquilo que tu queres?

Não entendi.

BeAz – Aquilo o quê mãe?
Aurora – Não achas que é cedo para te prenderes assim a um homem? Tu que querias tirar primeiro um curso, tu que dizias para eu ficar descansada que não ias namorar com ninguém, tu que sempre pareceste ter a cabeça no seu lugar, tu…

Interrompi:

BeAz – Mãe! Calma! Não comeces a fazer filmes! Eu comecei a namorar há pouco tempo. Simpatizamos um com o outro, sentimos uma atração mas ainda nada passou apenas de uns beijos, ok? AB também tem a cabeça no sítio por isso, fica descansada que nada vai acontecer, ok?
Aurora – Prometes, filha? Olha que hoje em dia um curso é muito importante.
BeAz – Siiim mãe! Eu sei!




Eu e minha mãe seguimos para a cozinha enquanto AB se cruzou connosco e foi ter com o meu pai ao jardim:

AB – Precisa de ajuda, senhor José?
José – E por acaso você percebe de jardinagem?




AB encheu a paciência:

AB – Não mas ainda sei pegar num regador e regar as plantas!
José – Olha para ti! Nem postura tens! És um roto que andas aí! Não foi para isso que criei a minha filha, para andar bem vestida ao ado de um tipo que parece um pedinte de camisola rasgada.
AB – Posso até não ter muito dinheiro mas tenho bom coração.

AB virou as costas e foi procurar BaAz.




Entrou pela cozinha e deparou com a minha mãe:

AB – Dona Aurora, viu a Bé?
Aurora – Ela foi arrumar as coisas no quarto, não tarda aí. Estou a servir café, tomas?
AB – Sim, posso tomar, obrigada.

Depois da resposta da Aurora AB viu-se sem coragem de procurar o bendito quarto, então sentou-se numa das cadeiras da cozinha e esperou o café ser servido.




Aurora pegou numa caneca e saiu para o alpendre:

Aurora – pegue uma caneca e vamos cá para fora, está mais fresco por causa do abanar das árvores.

AB levantou-se e entretanto BeAz chegou.

AB – Precisamos falar!




A minha mãe ao ouvir as nossas vozes repetiu.

Aurora – venham cá para fora beber o café, está se bem aqui.

Eu peguei numa caneca e saí da cozinha.

BeAz – Já estou aqui!




AB chega e senta-se ao lado da minha mãe. E a minha mãe começa com aqueles sermões que nós adolescentes não gostamos nada de ouvir:

Aurora – Vocês não acham que ainda são muito novos para namorar? Avida é muito longa e você apenas estão no início. Mais raparigas e rapazes irão passar pelas vossas vidas. A vossa atenção prioritária agora é os estudos, é nisso que se têm de concentrar. Têm tempo para essas coisas.

AB mantinha-se calado a beber o seu café.

BeAz – Mãe! Podes parar? Nós somos pessoas conscientes. Sabemos bem o que queremos por isso não é por causa de namorarmos que vamos deixar de estudar. O tempo é dividido, como toda a gente o divide, há tempo para tudo. E além disso o amor não escolhe idades, você sabe disso.
Aurora – Mas…
BeAz – Não há mas nem meio mas, vamos acabar com esta conversa, não foi para isso que cá vim foi por estar com saudades vossas.




Começou a chuviscar e o meu pai passou a correr para dentro da cozinha dirigindo a palavra à minha mãe.

José – Vem cá, preciso falar contigo.




Levantámo-nos quase todos ao mesmo tempo. A minha mãe seguiu o meu pai para a cozinha e eu segui para o meu quarto.

BeAz – Anda amor, vou te mostrar o meu quarto

Na cozinha o meu pai pega numa caneca de café.

Aurora – O que se passa?
José – O que se passa? Já viste a apresentação daquele rapaz? Foi para isso que criamos a nossa filha?




José e aurora sentaram-se.

Aurora – Tem calma! Sei que ele não parece ser o ideal para a nossa filha mas você a conhece, sabe que ela é exigente naquilo que quer, por isso temos de dar um voto de confiança.
José – Mas que voto que carapuça, basta olhar para aquele badameco sem sequer tem gosto para se vestir.




Depois de mostrar o quarto a AB

AB – Bé, não me estou a sentir muito bem aqui, seus pais não gostaram de mim, seu pai até implicou comigo lá no jardim.
BeAz – Mô, não ligues a isso, é só até eles se habituarem.




Aníbal sentou-se na cama aborrecido.

AB – Se fosses recebida assim pelos meus pais, gostavas? Sentias-te bem?

Sentei-me ao colo dele e acariciei-o.

BeAz – Mô! Sabes bem que te amo, não sabes? Além disso estamos a qui de passagem por isso só te peço um pouco de paciência.

Beijámo-nos.




Na cozinha

José – Só te aviso de uma coisa. Se ela aparecer grávida não verá nem um tostão para sustentar esse filho, terá de se virar. E também não haverá lugar aqui para esse filho resultado de uma ligação inconsciente.
Aurora – Credo José, que horror, que coisas disparatadas são essas que está para aí a dizer?
José – Só estou a avisar e o melhor é ires ver o que eles estão a fazer.




Aurora vai ao quarto da BeAz bate duas vezes na porta e entra sem obter resposta.

BeAz – Algum problema mamã?
Aurora – Não! Só queria saber se vocês almoçam cá.
BeAz – Não mã! Vou ao centro com AB e devo demorar. Mais alguma coisa?
Aurora – Não!... Não!
BeAz – Então pode sair, por favor!




José – E então?
Aurora – E então o quê?
José – O que estavam a fazer?
Aurora – Estavam no computador. Acho que está a exagerar. Tem calma contigo. Eles são jovens deixa-os divertirem-se, além disso BeAz já não é nenhuma criança nem nunca foi desnaturada.




Chegámos ao parque:

BeAz – Abzito, está a decorrer a festa de verão, vamos nos divertir!

Pintámos a cara, comemos gelado, tiramos fotos, experimentámos o solário (eu fiquei preta), apanhámos joaninhas e flores, brincámos com o fogo-de-artifício, atirámos balões de água, comemos cachorros até fartar, tirámos as roupas e dançámos no esguicho, andámos de patins até cair e jogámos à bola. Foi um dia em cheio!




Chegámos a casa já passava da meia noite, chovia e eu trazia comigo o guarda chuva que ganhei numa das competições do festival de verão. As luzes da casa ainda estavam acesas. Achou estranho os meus pais ainda não se terem deitado.




Entramos ainda a rir e disse boa noite. AB repetiu “Boa Noite”. A minha mãe estava a ler e o meu pai estava a ver TV.




O meu pai apagou a TV, deu a volta à mesa e veio ter comigo.

José – Boa noite? Assim sem mais nem menos? Achas que é boa noite, estarmos aqui à vossa espera até esta hora da noite? Porque não vieste jantar?
BeAz – Pai, desculpa não ter avisado que não vinha mas havia festival de verão hoje e decidimos ficar.
José – E não havia um telemóvel para ligar? Além disso não quero você na rua até tarde da noite sabe-se lá com quem.
Aurora – Calma José, não me lembrei, realmente havia festival hoje, eles são jovens, na idade deles também fazíamos a mesma coisa.
José – Não assim, não desta forma.
BeAz – Então de que forma, pai? E além disso sabes bem com quem eu fui, com o meu namorado AB, e mais a mais se estiver a incomodar-vos digam que vou embora amanhã mesmo, logo de manhã cedo.




Segui para o meu quarto e chamei AB mas o meu pai nos seguiu e a minha mãe também veio atrás.

José – E não penses que esse… esse… sujeitinho vai dormir no teu quarto. Na minha casa e debaixo do meu teto não! Nunca!
AB – Não se enerve mais não, senhô José, eu só vim pegar um cobertor, vou dormir na sala mesmo.

Eu meti as mãos à cabeça e ia falar mas mediante a resposta de AB preferi manter silêncio.




AB pegou um cobertor e antes de seguir para a sala disse-me para eu não me preocupar que ficava bem. Chegou à sala, poisou o cobertor num dos sofás, deitou-se no mais comprido e adormeceu.




Vesti a camisa de dormir mas não me consegui deitar, estiquei-me na cama a pensar naquilo tudo. Conseguia ouvir os meus pais a murmurarem no quarto ao lado.




Aurora – Amor, você tem de se acalmar, acho que está a exagerar, BeAz sempre foi uma boa filha e nunca nos deu deceções, você sabe como ela é ponderada, não sei o que está a temer.
José – Eu sei Aurora! Tenho medo de perder a nossa filha, ela estava no bom caminho.
Aurora – Estava e está. Tem de confiar nela, ela já não é uma criança.




José – Tens razão querida! Amanhã falo com eles. Agora chega-te a mim amor, quero fazer-te um carinho especial.
Aurora – Ah, seu malandreco!




Ouvi a cama dos meus pais ranger levemente. Levantei da cama e fui pé ante pé ter com o AB à sala e falei baixinho.

BeAz – AB, acorda! Acorda! Anda! Sai daí, vamos para o quarto.

AB acordou.

AB – Você está doida?
BeAz – Chiiiiu! Não faças barulho.




Quando o amor é grande cabe em qualquer lado por isso nós coubemos na minha cama, os dois juntinhos adormecemos.


11 comentários:

  1. Eita que pai bravo hein, BeAz? Ele devia levar em consideração que apesar da Camisola rasgada, AB sabe pegar em um regador!!! kkkkkk
    Adorei ver vocês juntinhos!!! *__*
    Beijos!

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    1. Obrigada Meg!
      Sim ele também podia observar que AB era amável, mas o medo de "perder" uma filha é maior para os pais agarrados.

      Beijinho!

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  2. pq os pais das moças sempre tem q odiar os namorados dela?
    Superproteção demais da parte deles.
    No lugar do AB teria saido dali. Corajoso ele. Confesso que fiquei com pena dele.
    Super cute o final do capitulo... *----*

    http://storiesfromsally.blogspot.com.br/

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    1. É verdade Sally, também tive pena do AB, foi muito paciente.
      Beijinho!

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  3. Adorei como sempre! Adoro essas coisas de família. Pais são todos iguais, né ?
    Mas a Meg e a Chris não irão mais aparecer ?

    Beijos!

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    1. É mesmo Lolli!
      Como eu disse no princípio do capítulo por causa daquela confusão nos separámos até à entrada na Universidade novo, depois nos reencontraremos de novo.
      Beijinho!

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  4. Pôxa, esse namoro está ficando sério.
    AB, vista uma camisola melhor, kkkkkkk.
    Coitado do ABerrapado, todo rôto a visitar os sogrinhos.
    Beijinhos ;)

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    1. ABerrapado deveria ter colocado terno e gravata para visitar os sogros, não é kabuk? kkkk

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  5. Be, nosso amor superará tudo! ♥
    Gostei dos sogros! Espero que meus pais gostem muito de ti!

    Beijão ;**

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  6. Lollipop, se preocupe não que em breve eu apareço pra aprontar mtoooo! Kkk

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  7. Os pais sempre reagem assim no namoro das filhas! hehehe

    Awwwwwwn! *w* Que fofos vocês deitados na cama!

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